Metodologias Ativas

A falta de interesse nas aulas, somada a todos os desafios de adaptação enfrentados pelos alunos nos últimos anos, contribuíram para um aumento nas buscas por diferentes modelos de ensino. Nesse contexto, as metodologias ativas de aprendizagem ganharam maior atenção. 

Embora não seja uma novidade do ponto de vista pedagógico, a proposta tem como premissa um formato diferenciado de aula, estimulando o estudante ao protagonismo do seu aprendizado. 

Esse processo exigiria do professor um novo papel: a partir de agora ele deixaria de ser o ‘dono’ do conhecimento, se tornando um facilitador do aprendizado de seus aluno.

Neste texto você encontrará informações sobre:

  • O que são as  metodologias ativas?
  • Como estudar: Quais são os aspectos do conhecimento?
  • Pirâmide de aprendizagem de William Glasser 
  • Técnicas que utilizam metodologias ativas de aprendizagem

O que são as metodologias ativas?

A combinação de certos recursos didáticos caracteriza as metodologias ativas que transformaram o formato das aulas. Trata-se de diferentes atividades que estimulam os alunos a construírem o próprio conhecimento, promovendo um processo de aprendizagem que favorece a autonomia e uma melhor capacidade de compreensão do tema.

A prática, com esse nome,  começou a ser trabalhada na década de 1980, como alternativa aos modelos pedagógicos então predominantes, no qual a aprendizagem acontecia apenas por meio de aulas expositivas com um professor ditando todo o conteúdo – imagem caricatural daquilo que era entendido como uma aula tradicional.

Apesar de não ser novidade, as metodologias ativas ganharam força nos últimos anos. A estratégia serviu como uma aliada para aumentar a motivação dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem.

Nesse contexto, as tecnologias digitais, tais como  celulares, tablets, computadores, entre outros dispositivos tornaram-se importantes facilitadoras do acesso à informação. Com isso, as aulas ganharam uma dinâmica mais atraente e produtiva. 

Como estudar: quais são os aspectos da construção do  conhecimento?

A neurociência define a aprendizagem como uma reorganização do cérebro. Para que esse processo aconteça de forma eficiente é necessário que o indivíduo tenha uma interação saudável com o ambiente de estudo, seja estimulado e incentivado a criar novos conhecimentos, a partir desse estímulo.

Esse aprendizado pode ser aperfeiçoado e desenvolvido de diversas maneiras e todos os indivíduos são capazes de compreender esse processo de forma racional. 

Há muitos elementos que devem ser considerados no processo de construção do conhecimento. Além do ambiente, é necessário ter uma maior predisposição do estudante para assimilar as informações que serão apresentadas.
O principal desafio é conseguir desviar das distrações e persistir nos estudos. Um estudante que deseja aprimorar o seu rendimento escolar, por exemplo, deverá ter um olhar mais estratégico sobre o seu desempenho.

Pirâmide de aprendizagem de William Glasser 

O psiquiatra norte-americano, William Glasser, desenvolveu estudos que analisam a construção do conhecimento e o nível de retenção da informação. Conhecida como a Pirâmide de Aprendizagem, a abordagem evidencia os níveis de memorização e compreensão sobre um determinado assunto, de acordo com as técnicas pedagógicas  adotadas. 

De acordo com o gráfico acima, podemos concluir que quando se trata de atividades que favoreçam a retenção da informação, devemos considerar os processos de aprendizagem ativos, pois eles tendem a gerar mais resultados. 

A Pirâmide da Aprendizagem corresponde a uma leitura de como funciona a assimilação e compreensão de um determinado assunto. O processo não se limita à memorização mecânica ou a técnicas padronizadas e considera os diferentes estilos de aprendizagem, considerando passivos: a leitura, a escuta, a visão, além da combinação entre ver e escutar. Como aprendizados ativos são considerados: o debate de ideias, a realização das atividades na prática e ensinar aos outros.

Técnicas que utilizam metodologias ativas de aprendizagem

Existem diversas práticas pedagógicas que utilizam as metodologias ativas de aprendizagem. As técnicas seguem a pirâmide do conhecimento como uma referência para aprimorar o processo de aprendizagem dos estudantes. Assim, para que os alunos tenham um melhor aproveitamento do conteúdo, selecionamos as mais utilizadas. São elas: Gamificação, Sala de Aula Invertida, Estudo de casos, Cultura maker, Palestras e Seminários, Pesquisa de campo, etc. 

Para um processo de aprendizagem mais eficiente é essencial ter um plano de aula que tenha o detalhamento e orientações da prática pedagógica acerca do tema ou objeto de estudo. Nesse contexto, o educador será responsável por especificar os recursos e conhecimentos necessários para a realização das atividades.

A seguir, separamos um breve descritivo dessas práticas. Confira:

Gamificação

Aqui encontramos os famosos jogos educativos. Com atividades lúdicas repletas de conteúdos complementares, essa prática tende a gerar um grande engajamento entre os estudantes. Os estudos acontecem durante jogos de tabuleiros, atividades físicas coletivas, ou ainda com recursos mais modernos, com a utilização de recursos tecnológicos como computadores e aplicativos. 

De modo geral, esse formato gera bastante engajamento entre os estudantes. Isso acontece porque os jogos desafiam e estimulam o usuário a atingir um determinado nível para conseguir alcançar seus objetivos de estudos. 

Sala de aula invertida

Também bastante utilizado, a Sala de Aula Invertida propõe que o estudante seja  o protagonista do seu processo de aprendizagem. Neste formato encontramos pontos em comum com as técnicas de Pesquisa de campo e Palestras ou seminários.

Dessa forma, o professor torna-se um facilitador, ele atua na orientação e mediação de melhorias que podem ser feitas em uma determinada apresentação. Dessa forma, os estudantes precisam encontrar  as informações adequadas e compartilhá-las com os seus colegas de sala.

O ideal é que a atividade seja realizada em pequenos grupos, favorecendo o trabalho em equipe e habilidades como organização, criatividade e oratória. 

Estudo de casos

Um formato bastante comum também são os debates. Eles geralmente acontecem a partir de um estudo de caso, no qual os estudantes precisam avaliar, compreender e apresentar possíveis resoluções para uma determinada situação.

Neste processo, o aluno pode ser convidado a criar argumentações e elaborar análises que 

dialogam com uma notícia, uma obra literária, ou até mesmo uma obra de arte. E para realizar essas atividades, será essencial um trabalho de pesquisa e estudo sobre o tema. 

Cultura maker

Uma extensão do conceito “Do It Yourself” ou “Faça Você Mesmo”, a Cultura Maker tem conquistado os educadores. Aqui encontram-se as atividades que podem ser desenvolvidas  na prática. 

Apresentações em Power Point, experiências em laboratórios e construções de robôs são algumas das atividades que fazem parte dessa proposta. Nessa estrutura de aprendizagem o estudante é instigado a apresentar o resultado do seu trabalho.

Palestras e Seminários

Nessa atividade ocorre outra oportunidade de promover discussões significativas sobre um determinado tema. Para que a aula ganhe uma dinâmica diferente vale até mudar a disposição das carteiras e colocar os estudantes no centro como protagonistas do conhecimento e detentores da informação. As aulas que falam sobre atualidades e obras literárias podem gerar um engajamento diferenciado.

Pesquisa de campo

O engajamento é fundamental para o aprendizado. A pesquisa de campo não é uma novidade. E ela pode ser feita de diferentes formas e com propósitos variados. Como o próprio nome indica, neste tipo de estudo os alunos são obrigados a saírem da sala de aula para aprenderem algo novo sobre o tema. A mudança de ambiente e suas associações acabam potencializando a sua compreensão sobre o assunto.

Consequências da aplicação de metodologias ativas de aprendizagem

A partir desta reflexão podemos concluir que as metodologias ativas são essenciais para o processo de aprendizagem. A aplicação e o incentivo da prática dependerá da orientação do educador. 

E tudo isso acontecerá de forma dinâmica e fluída. A ideia é que o aluno sinta-se desafiado e ao mesmo tempo seguro para criar e se expressar nas diversas propostas apresentadas. A melhor parte dessa proposta é que ela pode ser adequada para todas as idades e disciplinas. O desenvolvimento do pensamento crítico e o ato de estudar são inerentes ao ser humano e cabe aos educadores encontrar a melhor forma de estimular esse raciocínio.