O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é mais comum do que muitas pessoas imaginam, principalmente em crianças e adolescentes. Inclusive, este transtorno é caracterizado por alguns comportamentos específicos, por exemplo:
- Agressividade;
- Impulsividade;
- Ações antissociais;
- Comportamento vingativo;
- Entre outros.
Normalmente, os primeiros sintomas começam a aparecer quando a criança tem cerca de quatro anos, porém é preciso ter cuidado para não confundir o TOD com a oposição natural da idade, como melhor explica a Neuropsicopedagoga, Milena Trimer:
“Embora os sintomas possam aparecer numa fase considerada cedo, nós temos que investigar esse universo da criança de uma forma global. Por exemplo, TDAH e TOD, eu acredito que não sejam transtornos que você bata o martelo antes dos 6/7 anos de idade. Porém, é claro que sintomas aparecem, e para lidar é interessante apostar em avaliações multidisciplinares, assim como perceber onde e quando as situações ocorrem, como em casa ou na escola. Mas lembre-se, um sintoma isolado não serve para nada em um fechamento de diagnóstico.”
Pois bem, visando te ajudar no momento da criação de uma rotina mais tranquila com uma criança que tenha TOD, seja você pai, mãe ou o professor, nós separamos alguns tópicos importantes sobre o tema central do conteúdo.
4 dicas para lidar com o TOD
Antes de qualquer dica mais complexa, é necessário que logo nos primeiros sinais do transtorno, os pais já procurem um especialista na área, visando iniciar um tratamento que pode ter um viés multidisciplinar. Ou seja, pode acontecer em casa, na escola e no médico.
Indo além do ponto citado, outras ações podem fazer a diferença. Sendo assim, separamos 4 dicas importantes no momento de lidar com uma criança com Transtorno Opositivo Desafiador!
1 – Tenha clareza com as regras
As regras podem ser um problema para as crianças com TOD, por isso, no momento de estabelecê-las, é preciso trabalhar com clareza e objetividade. Entretanto, não confunda firmeza com agressividade, pois isso pode gerar ainda mais problemas.
Inclusive, a postura firme pode auxiliar na diminuição do comportamento opositor da criança, fazendo com que ela entenda as regras que estão sendo colocadas, assim como respeite a figura que está sendo autoridade no momento.
2 – Faça elogios
Primeiramente é bom reforçar que castigos e punições não oferecem bons resultados para as crianças com TOD. Dessa maneira, o ideal é caminhar no sentido oposto, ou seja, focando nos acertos, elogiando as características positivas.
Caso tenha que pontuar algo negativo, explique com calma e paciência o que não foi legal e precisa mudar, definindo, desse modo, as regras que precisam ser colocadas em prática.
3 – Conheça os gostos das crianças
Para aumentar a interação e o vínculo com uma criança com TOD, bem como facilitar o dia a dia, é importante conhecer os gostos e preferências dela. Dessa forma, cresce bastante a chance de sucesso e engajamento com as regras colocadas.
Ademais, quando você conhece bem a criança, isso se torna, inclusive, uma ferramenta de recompensa durante algum possível embate.
4 – Não se esqueça de ser exemplo
Uma coisa é fato, as crianças costumam repetir os comportamentos dos pais e/ou responsáveis, ou seja, o adulto deve ser sempre o exemplo. A especialista Milena Trimer explica em detalhes sobre a importância de construir um espaço calmo, respeitoso e acolhedor:
“O ambiente saudável é a base para toda criança, com ou sem transtorno. No TOD, ele ajuda 100%, porque o pai e a mãe, ou o cuidador, eles são o espelho da criança. Então a partir do momento que essa criança percebe que o pai e a mãe se tratam de uma forma bacana, um ouve o outro, eles não se interrompem, não agem de forma violenta ou de forma opositora, isso tudo é um exemplo para a criança, porque em um momento que ela tenha uma atitude opositora, você fala assim: ‘Eu entendo, você quer isso agora, mas você vai esperar um pouquinho, a mamãe e o papai estão conversando. Você viu como a gente conversa? Você viu como a gente fala com você?’. Por fim, 100% parte do tratamento de uma criança com TOD se chama Educação Parental.”
Desse modo, fica claro que tanto o espaço familiar quanto educacional afetam demais no desenvolvimento de uma criança com Transtorno Opositivo Desafiador, por isso é preciso moldar um espaço agradável e de bastante diálogo.
Considerações finais sobre TOD
Lidar com uma criança com TOD pode ser mais simples do que parece. Claro que é necessário sempre manter a paciência e lembrar que o respeito é a base de tudo, independentemente do ambiente.
Por fim, não esqueça que o adulto dessa relação é você! Então respire fundo e seja o exemplo que a criança precisa para resolver conflitos e situações complicadas em seu dia a dia. Ademais, o apoio profissional é de grande valia e importância em toda essa jornada.