A inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, é um direito garantido por Lei. Assim, muitas instituições e profissionais da educação buscam formas de trabalhar com esse acolhimento da melhor maneira, gerando benefícios para os alunos, os professores, a escola e os responsáveis.


Um ponto importante a ser reforçado é que o Autismo se trata de um universo muito amplo. Essa afirmação é válida, porque cada pessoa afetada pode apresentar diversos graus e características, até mesmo por isso o termo ‘espectro’ é utilizado.

Dessa maneira, preparamos dicas importantes para que uma educação inclusiva seja trabalhada, visando o desenvolvimento integral do aluno com TEA e de suas mais diversas habilidades. 

1 – Cuidado com os sons altos

Por estarmos falando sobre sala de aula com diversos estudantes, pensar em zerar os ruídos é uma missão quase impossível. Mas dentro do cenário alcançável, é importante que sons altos sejam evitados, isso porque algumas crianças com TEA têm hipersensibilidade.

Então, para ajudar na resolução dessa questão, o professor pode pedir que os pais tragam o aluno mais cedo para a escola, assim ele vai se adaptando aos poucos com os sons. Outra forma é conversar com os demais estudantes e pedir a compreensão e ajuda deles.

2 – Não diferencie os materiais

Este tópico entra no cenário de inclusão, já que alterar os materiais pode fazer com que a interação dos alunos com TEA e dos outros estudantes seja limitada. Porém, a adaptação da didática se faz totalmente necessária, como explica a Neuropsicopedagoga, Milena Trimer :

“Falando em termos de adaptação de conteúdo e material, é o ato da professora explicar um exercício de uma forma diferenciada, é ela explicar para a família, para a escola e para os pais que a criança autista, em um exercício de adição, por exemplo, não vai fazer 10 contas, vai fazer 5, ou seja, a apostila não vai estar totalmente preenchida. Porém, é preciso reforçar que isso não é um problema, que está tudo bem!”

Ou seja, é importante que o material seja igual para todos os estudantes, mesmo que o método de ensino varie de um para o outro, principalmente para gerar um melhor entendimento e uma boa fixação do que foi apresentado em aula. 

3 – Incorpore os interesses das crianças na rotina

Crianças com TEA, normalmente, apresentam interesses em temas específicos, ou seja, um hiperfoco, por isso, é interessante que você, professor, aproveite e insira estes universos dentro das suas aulas e das atividades aplicadas.

Com essa ação, a chance de que o estudante permaneça mais tempo concentrado nas tarefas aumenta consideravelmente. Além disso, ocorrerá um engajamento por parte da criança, já que ela sentirá uma conexão com o conteúdo da disciplina.

4 – Mantenha uma rotina bem definida

Uma rotina bem desenhada é algo que oferece segurança para as crianças com autismo, já que, normalmente, elas têm problemas com mudanças de ambientes e adaptações. A especialista, Milena Trimer, reforçou a necessidade disso:

“Uma rotina bem organizada é 100% importante. Vamos imaginar um aluno autista que vai começar o ano letivo, seja em uma escola nova ou em uma antiga, se possível, leve esse aluno para conhecer os ambientes, mesmo que ele tenha que entrar 10 minutos antes, isso porque uma das coisas que faz o aluno fugir de sala de aula, é o medo do desconhecido. Então, por mais que já exista uma rotina escrita ou ilustrada, com roda de leitura, parquinho e lanche, é preciso pegar esse aluno e mostrar onde acontece a roda de conversa, onde acontece o lanche, quais são os livros da sala, etc. Lembre-se sempre: se o aluno não sabe como é a escola e ele não se sente seguro de que possa dominar esse desconhecido, ele vai querer fugir.” 

Ainda dentro deste tópico, uma outra ação benéfica é a repetição de processos e atividades na rotina, gerando um reforço necessário quando pensamos no autismo, principalmente por trabalhar com as crianças a questão de memorização.

Pensando no que acabou de ser dito, o Sistema ETAPA trabalha com a proposta de Espiral Crescente, que tem exatamente o objetivo de apresentar, retomar/reforçar e ampliar gradativamente os conteúdos, tudo isso com o passar das aulas e das séries.

Considerações finais

Cada criança com Transtorno do Espectro Autista é única e tem necessidades individuais. No entanto, com a ajuda de profissionais de saúde e educação, e com uma abordagem individualizada e inclusiva, é possível criar um ambiente de aprendizagem ideal.

Como ficou claro, é essencial criar um espaço seguro e acolhedor para as crianças com TEA, assim como usar métodos de ensino visual e estruturado.