Professor de Língua Portuguesa do Colégio Etapa, Rodrigo Mutuca traz dicas valiosas para alunos que buscam tirar uma nota alta na prova de redação do Enem 2025
A redação do Enem é sempre um dos momentos de maior apreensão entre os estudantes. O principal motivo é que, diferente de outras matérias, não há um caminho claro para estudar a redação, correto? Na verdade, não é bem por aí…
Para ajudar os estudantes que já estão na expectativa do Enem 2025, apresentamos uma entrevista exclusiva com o professor de Língua Portuguesa do Colégio Etapa, Rodrigo Mutuca, apresentando dicas que vão ajudar você a alcançar resultados excepcionais na prova de redação deste ano.
As provas do Enem estão chegando e imaginamos que muitos alunos desejam saber dicas rápidas sobre como nasce uma redação nota mil. Que conselho podemos dar a eles?
Essa pergunta apresenta diversas camadas de reflexões. Primeiramente, caberia questionar a personificação do verbo nascer. Acreditar que uma redação excelente simplesmente “nasce”, deixando em segundo plano todo o trabalho de construção textual, que dialoga com inúmeras aulas do colégio (de gramática a literatura, passando por geografia e história, sociologia e filosofia, mas também biologia e química e, ainda, física e matemática) é sinal de ingenuidade ou desespero.
Não é possível, então, melhorar os estudos faltando poucas semanas para o Enem?
Nas palestras que ministro nas escolas parceiras, gosto de trabalhar dinâmicas interativas para ajudar os alunos a perceber o quanto eles já aprenderam com seus professores nos últimos anos. Considerando a época do ano em que estamos, mais importante do que aprender informações supostamente novas é organizar estrategicamente os conhecimentos que foram cultivados nos últimos anos.
Esse seria um bom passo para construir uma redação nota mil?
Eu não gosto de dar muita ênfase a esse número, pois – do ponto de vista estatístico – tirar mil na redação do Enem está cada vez mais raro, diria improvável. Além disso, cabe que cada aluno determine sua meta: “o que seria uma boa nota para mim?“. Quando fui prestar Fuvest, décadas atrás, eu sabia que poderia tirar boas notas em Física e Matemática e felizmente consegui. O mesmo não era verdade em relação a Inglês e Química, o que me fez ambicionar notas medianas – o que felizmente também consegui.
Considerando, então, que os alunos possuem habilidades distintas, que estratégias eles podem colocar em prática para gradativamente ambicionarem notas mais altas?
É imprescindível que os alunos saibam identificar em qual das competências do Enem eles encontram mais dificuldades. Vamos supor que seja na C2, mais especificamente no uso de repertório sociocultural próprio. Vamos considerar a pior hipótese: deu branco e ele não consegue identificar nenhuma referência externa para amparar seus argumentos.
Se o aluno se lembrar que é possível fazer um bom diálogo com a coletânea e que, o principal, essa lacuna não interfere na avaliação das demais competências, talvez encontre a calma necessária para, após alguns minutos, se lembrar de duas ou três referências que poderão ter papel fundamental, não só para uma melhor construção textual como também para lhe dar mais tranquilidade no processo de escrita.
Se estou entendendo bem, sua ênfase é destacar que as principais dicas que podemos dar aos alunos não apontam para o que de novo eles podem fazer, mas sim em mostrar como eles podem valorizar o que já foi feito até agora, certo?
Sim. É fundamental que eles percebam e valorizem todo o bom trabalho feito por seus professores e por eles também. O treino metódico, o cultivo de repertório, as atividades que aparentemente não dialogavam com a redação do Enem…
Poderia dar um exemplo de atividades que parecem não contribuir para a redação do Enem, mas mesmo assim acabam sendo fundamentais?
Claro. Pensemos, por exemplo, nos exercícios de narração (contos, crônicas, lendas e fábulas). Aprender a ler e a escrever de acordo com as regras desses gêneros desenvolve nossa inteligência textual, permitindo melhor fluidez na hora de usarmos repertórios diversos e também a usá-los de forma crítica e orgânica.
Há uma boa lista de repertórios que os alunos poderiam consultar antes de fazer a prova?
Sim.
Em que site podemos encontrá-la?
Ela está não num site, mas no cérebro, nas memórias dos próprios alunos. Um estudo orgânico e organizado é essencial para que os alunos confiem nos próprios conhecimentos em vez de buscarem dicas simplistas por aí.
Deseja conferir mais dicas para mandar bem na redação do Enem? Assista ao episódio 10 do Educação na Mesa
Se você deseja se aprofundar ainda mais no tema “redação do Enem”, recomendamos que assista ao episódio 10 do nosso podcast Educação na Mesa. Nesta edição, os professores Eduardo Sisti e Rodrigo Mutuca discutiram as entrelinhas das grades de correção da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio. Para acessá-lo, basta clicar no link abaixo:
