Dia Nacional de Combate ao Bullying na Escola

A informação é a melhor aliada para gerenciar conflitos. E quando o assunto é “como combater o bullying na escola”, a prevenção e a educação caminham juntas. Embora o tema pareça ser um pouco batido, é importante que a escola tenha todas as informações necessárias e aprenda a solucionar esse problema da melhor forma possível.

Como o assunto é amplo, as escolas devem trabalhar para que professores, alunos e famílias mantenham-se atentos e conheçam os riscos e os impactos que o bullying pode causar  na vida do indivíduo que sofre com  essa violência.

Em 7 de abril de 2016 foi instituída a Lei nº 13.277/2016 que reforça a importância de se oferecer medidas de conscientização e prevenção ao bullying. Considerado o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, a data reforça a responsabilidade dos professores e gestores de escolas com relação ao acompanhamento e prevenção de intimidações dentro e fora da sala de aula. A lei orienta ainda a importância de informar os alunos sobre os riscos e penalidades.

Sabendo disso, separamos aqui alguns tópicos que podem auxiliar no gerenciamento e na prevenção do bullying na escola. Nesse post, você encontrará mais informações sobre:

• O que diz a lei de combate ao bullying e cyberbullying?
• O que é o bullying ?
• Afinal, o cyberbullying também é um problema da escola?
• 5 práticas que combatem o bullying na escola.

O que diz a lei de combate ao bullying e cyberbullying? 

A Lei nº 13.185/2016, que fala sobre Combate ao Bullying e ao Cyberbullying, já está em vigor há algum tempo e, provavelmente, a sua escola já esteja atuando de forma preventiva. De qualquer forma, é sempre importante reforçar a necessidade de se promover um evento educativo para pais e/ou  atividades em sala de aula, além de leituras relacionadas à questões éticas, cidadania digital, entre outros.

Segundo a Lei 13.185/2015,  caracteriza-se como bullying a intimidação sistemática quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:

I – ataques físicos;
II – insultos pessoais;
III – comentários sistemáticos e apelidos pejorativos;
IV – ameaças por quaisquer meios;
V – grafites depreciativos;
VI – expressões preconceituosas;
VII – isolamento social consciente e premeditado;
VIII – pilhérias (piadas).

Criada em 2015 com a intenção de promover medidas de conscientização e combate a todos os tipos de violência, a lei tem conseguido instituir uma cultura de paz para que o bullying não seja propagado. 

A vigilância deve ser constante e os gestores das escolas devem adotar uma fiscalização cautelosa para conseguir identificar ações que ultrapassam os limites e se transformem em crime. 

O que é o Bullying?

Por definição, o termo significa intimidar, ameaçar, maltratar e oprimir. O bullying é considerado um problema de saúde pública, que afeta a saúde, o relacionamento e também o desempenho escolar de crianças e adolescentes. 

Nem sempre é fácil identificar os desvios no padrão do comportamento. O que parece ser muitas vezes uma brincadeirinha, pode causar danos e impactar diretamente na vida de quem está sofrendo com a agressão. Por esse motivo, é necessário orientar o seu corpo docente sobre a linguagem e a conduta que deve ser tomada dentro do universo escolar e digital. 

Geralmente, o bullying está relacionado à prática intencional. Isso significa que o indivíduo que praticou o fez mais de uma vez e com o intuito de ofender e provocar o outro estudante. Caberá à escola tomar as providências necessárias para que essa ação não se repita.

Afinal, o cyberbullying também é um problema escolar?

Sim, o cyberbullying também pode ser um problema escolar. Se a sua escola permite a utilização de dispositivos móveis em intervalos de aula ou em atividades específicas, vale a pena redobrar a atenção. Sabe aqueles famosos grupos de Whatsapp? Se os professores da sua escola recomendam essa interação, tenha muito cuidado com a gestão das mensagens que são trocadas e todas as informações que são divulgadas. 

Segundo um levantamento feito em 2019 pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), 37% dos respondentes do Brasil afirmaram já ter sido vítimas de cyberbullying. Além disso, 36% dos adolescentes brasileiros informaram já ter faltado à escola após ter sofrido bullying online de colegas de classe. Esse dado coloca o Brasil como o país com a maior porcentagem nesse quesito na pesquisa.

Em 2017,  os conflitos no Whatsapp eram o principal motivo de reclamações ligadas à tecnologia nas escolas. Cerca de 77,7% das instituições de ensino responderam que boa parte dos desentendimentos se iniciaram na rede social por uma falha na comunicação entre os alunos. Um simples envio de emoji, encaminhado na hora errada, pode causar muita confusão. 

Portanto, ao sugerir a criação de um grupo de Whatsapp, que tenha um propósito educacional,é necessário apresentar as informações e orientações adequadas sobre a duração da atividade e ter gestão total do grupo, se alguém não estiver agindo corretamente o responsável precisa retirar aquele participante do grupo. Vale lembrar que os administradores de grupo respondem pelo que o grupo faz. 

3 práticas que combatem o bullying na escola

Apesar de ser um tema  amplamente divulgado, a definição de ações e projetos podem parecer difíceis de serem realizadas. Pensando nisso, a Dra. Patricia Peck, Advogada e especialista em Direito Digital recomenda algumas práticas que favorecem o esclarecimento e a prevenção de práticas de intimidação.

1- Campanhas anuais

A consistência e o diálogo são essenciais, então a recomendação é que sejam realizados eventos recorrentes com periodicidade anual. As ações devem estimular a participação dos alunos e seus familiares. 

2 – Promova atividades que alcancem todas as idades. 

É importante que toda a comunidade esteja ciente e faça um trabalho de observação que contribua para a prevenção. Nem todos terão tempo para ler a legislação, mas que tal promover ações que favoreçam a investigação e a troca de conhecimentos entre alunos e familiares?

3 -Faça registros das atividades.

A documentação das ações de conscientização são uma segurança para a instituição de ensino, pois comprovam o movimento de prevenção contra o bullying.  Reconheça e valorize atitudes que fomentem a empatia e o bom convívio.

Conclusões

Para combater o bullying na escola é importante que educadores e pais tenham a atenção redobrada. Isso porque, tanto a vítima quanto o intimidador podem demonstrar comportamentos distintos e suspeitos.

Enquanto um pode parecer mais cabisbaixo, irritado e sensível, o outro pode demonstrar traços de agressividade, nos dois casos é necessário investigar e saber como  solucionar de forma adequada o assunto.