O Ensino Médio é a fase preparatória para os jovens que desejam bons resultados nos vestibulares, assim como a conquista de ingressar em grandes universidades. Entretanto, para que isso, realmente, aconteça, é necessário um plano de estudos completo.
São diversas as disciplinas solicitadas em exames e vestibulares, indo desde matemática, química, física, história, até português e literatura. Pensando neste último tema, ele é indispensável, já que auxilia no desenvolvimento de habilidades variadas.
Pode existir o mito de que estudar literatura sirva apenas para ir bem nas questões objetivas e que envolvam a área de humanas ou o desenvolvimento da redação, porém essa é uma área valiosa para interpretação de texto no geral.
Além do que foi dito, a área é capaz de criar um amplo repertório de argumentação para os alunos, principalmente pela base que será construída por cada leitura e por cada livro. Danielle Barros, Assessora Pedagógica do Sistema Etapa, fala um pouco mais sobre isso:
“A formação de leitores é uma tarefa que, em suma, fica a cargo da escola, e é no contato cotidiano com diferentes obras que as crianças e jovens vão conhecendo gêneros textuais, títulos, autores, ilustradores e assim passam a identificar suas preferências e definir seus critérios de escolha. Após a identificação e seleção das preferências de leitura, os jovens vão construindo e desenvolvendo novos sentidos e interpretações para os textos lidos e podem, assim, compartilhar suas impressões e opiniões com outros sujeitos, estabelecendo trocas de conhecimento e desenvolvendo habilidades argumentativas. A exposição dos alunos a diferentes obras e textos que abordam os mais variados temas faz com que eles possam expor suas impressões. Ou seja, são ferramentas de extrema importância para que se formem cidadãos críticos. Estudantes que possuem bom repertório cultural colaboram para a formação de uma sociedade mais intelectual e menos manipulável, o que é algo bastante positivo.”
Fora a questão do repertório argumentativo e da interpretação de texto, a literatura amplia a base de conhecimento do estudante para que ele melhore sua escrita e sua criatividade, já que ele terá mais domínio das técnicas utilizadas por grandes autores.
Dicas para aplicar a literatura no Ensino Médio
Algumas ações, tanto simples quanto mais complexas, podem auxiliar na inserção da literatura no Ensino Médio. Porém, é preciso dizer que não é tão fácil assim fazer com que um adolescente pegue um livro para ler, ainda mais em um mundo tão tecnológico.
Mas calma, não disse que é impossível, basta que a ação mais assertiva seja utilizada, principalmente para que ele sinta prazer nesta ação, não só obrigação de concluir uma atividade. Dessa mentira, entre as principais sugestões estão:
1 – Amplie os espaços de leitura
Para que a literatura seja trabalhada de forma completa e com atenção, o espaço destinado a essa atividade deve ser favorável. Tendo isso em vista, é necessário que a instituição de ensino aposte em uma boa biblioteca, mas caso não seja viável, a sala de aula pode se tornar um espaço adequado.
Além de estruturar os ambientes dentro da escola, é interessante apostar em passeios e visitas técnicas a locais em que a leitura se faz presente, assim como em dinâmicas que envolvam a arte de ler, por exemplo:
- Feiras do livro;
- Eventos literários;
- Palestras com escritores;
- Rodas de debate;
- Clubes do livro;
- Entre outras opções.
Essas ações podem fazer com que os alunos sintam prazer no hábito da leitura, assim como queiram expandir o leque de opções e gêneros de livros que leem.
2 – Crie um repertório com obras literárias variadas
Ao conhecer obras variadas, os estudantes tendem a apresentar uma melhora na construção do texto, além de entenderem mais sobre realidades sociais variadas, já que cada clássico aborda uma temática diferente.
Pensando no tópico anterior, alguns exemplos são: ‘Vidas Secas’ de Graciliano Ramos, que trata sobre desigualdade social; ‘Dom Casmurro’ de Machado de Assis, que trata de um relacionamento conflitante entre Capitu e Bentinho; além de alguns outros clássicos.
Todas essas obras fazem com que os alunos aumentem a percepção da realidade, o que pode expandir, inclusive, a liberdade de expressão deles em conversas, textos e debates. Danielle Barros aborda mais sobre esse tópico:
“O contato dos jovens com leituras que retratem e trabalhem realidades adversas os tirará de uma possível zona de conforto. Além disso, elucidar as grandes diferenças que temos em nosso país e criar, até mesmo, uma certa inquietação nos jovens pode nos gerar bons debates e bons projetos futuros. Através desses contatos literários com diferentes realidades sociais, teremos maior entendimento de cidadania, sociedade e políticas públicas. Sendo assim, formaremos não somente pessoas com pensamento crítico e repertório, mas também cidadãos mais conscientes.”
3 – Pratique a escrita junto dos alunos do Ensino Médio
Como dito anteriormente, a literatura é capaz de desenvolver o talento da escrita nos estudantes, por isso, é interessante apostar num hábito de leitura recorrente, já que essa ação é capaz de auxiliar no Enem e nos grandes vestibulares.
A leitura e a escrita recorrentes ajudam a ampliar o discurso argumentativo dos estudantes, assim como fazer com que eles abram a mente para assuntos novos, conhecimentos diferentes, bagagens socioculturais variadas e um pensamento crítico mais forte.
Conclusão
É importante que os educadores reconheçam o valor da literatura como um recurso pedagógico e incentivem o seu uso de forma criativa e efetiva nas salas de aula. E além dos métodos que citamos aqui, outras formas podem ser aplicadas, como relata a Assessora Pedagógica do Sistema Etapa:
“A leitura é imprescindível, pois, além de ser uma atividade prazerosa, contribui para o enriquecimento intelectual e cultural dos estudantes. Podemos dizer que é uma ferramenta pedagógica que vai desenvolver senso crítico e despertar os jovens para novas experiências e contato com diferentes assuntos e realidades. Em se tratando de alunos do Ensino Médio, não podemos esquecer que logo eles serão expostos a grandes provas de vestibular e também adentrarão ao mercado de trabalho. Através da literatura e atividades de leitura formaremos jovens melhor preparados para enfrentar os desafios acadêmicos e profissionais. O educador, por sua vez, precisa preparar atividades de leitura primeiramente pensando em quais objetivos ele quer atingir com seu grupo de alunos e selecionar obras ou textos que despertem interesse na turma. Não contextualizar atividades de leitura fará com que não se torne algo significativo e, consequentemente, não atingirá os objetivos pré-estabelecidos, sendo somente mais uma atividade escolar. Resumidamente é preciso entender que a leitura não é uma atividade apenas de sala de aula, mas sim que ultrapassa os limites escolares, sendo estendida para a vida pessoal dos estudantes. O educador tendo essa visão deve pensar em preparar aulas mais elaboradas, que realmente formem leitores críticos e conscientes.”
Em resumo, o Ensino Médio pode se beneficiar enormemente do uso da literatura como uma ferramenta pedagógica. A literatura é capaz de enriquecer o desenvolvimento cognitivo e emocional dos estudantes, além de permitir uma abordagem mais reflexiva.
Por fim, o contato com diferentes obras literárias pode ampliar o repertório cultural dos alunos, contribuindo para a formação de indivíduos mais conscientes e engajados com a sociedade.