A implementação do Novo Ensino Médio ganhou corpo este ano e junto com ela surgiram inúmeras dúvidas com relação às novas diretrizes e todas as possibilidades que elas oferecem. A criação dos itinerários formativos, que são conjuntos de disciplinas, chamadas agora de Unidades Curriculares, ainda geram questionamentos e incertezas nos estudantes com relação ao seu futuro.
Por outro lado, fica evidente que a nova proposta pretende ampliar o protagonismo do estudante durante a educação básica. As escolas que oferecem o Ensino Médio devem estar atentas aos desafios de encontrar uma proposta de ensino consistente e que atenda todas as exigências pautadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Nesse texto, serão considerados os tópicos:
- O que é itinerário formativo?
- Quais são os eixos estruturantes?
- Como fazer um itinerário formativo?
- Mudanças e desafios do Novo Ensino Médio.
- Como o Sistema Etapa organizou o itinerário formativo?
O que é itinerário formativo?
O entendimento dos itinerários formativos no Novo Ensino Médio é um assunto que tem gerado muitas dúvidas. Os itinerários formativos são o conjunto de unidades curriculares que aprofundam o conhecimento de acordo com o caminho que o estudante deseja seguir. Essa possibilidade de escolha por parte do estudante é fundamental para que se alcance um dos maiores objetivos do Novo Ensino Médio: o desenvolvimento da autonomia e do protagonismo juvenil. A legislação prevê que os itinerários formativos deverão estar organizados em uma carga horária não inferior a 1200 horas, distribuídas em todas as séries do Ensino Médio ou em parte delas.
A efetiva implantação dos itinerários exigiu alterações na Lei de Diretrizes e Bases que garantissem flexibilidade às escolas na organização de seus currículos e de suas matrizes curriculares. Com a nova legislação, as escolas passam a ter grande liberdade para construir seus currículos, valorizando as especificidades e interesses de seus alunos.
Essa liberdade é ampla, mas não total: todos os itinerários devem ser organizados com, ao menos, uma área do conhecimento – estas já bem conhecidas pelas escolas – e, ao menos, um eixo estruturante, termo que surge como novidade nos currículos.
Quais são os eixos estruturantes?
De acordo com o parágrafo 2º do art. 12 das Diretrizes Curriculares do Novo Ensino Médio, os itinerários formativos organizam-se em torno de um ou mais eixos estruturantes. Apesar de não existir uma definição oficial sobre o termo, o que temos como convenção é que os eixos estruturantes servem de base para organizar o conjunto de unidades curriculares em associação às áreas do conhecimento, facilitando as combinações de cada itinerário formativo ofertado pela escola e favorecendo a criação da matriz curricular do Novo Ensino Médio.
Os eixos estruturantes podem se complementar e fomentar a preparação dos estudantes ao longo do Ensino Médio e também para a vida profissional. Cada um dos quatro eixos estruturantes tem propostas específicas:
1 – Investigação Científica
O eixo supõe o aprofundamento de conceitos das áreas relacionadas a ciências e a interpretação de ideias, fenômenos e processos que devem ser utilizados em procedimentos de investigação de situações cotidianas e/ou de demandas.
2 – Processos Criativos
Relacionado ao uso e aprofundamento do conhecimento científico na construção e criação de experimentos, modelos, protótipos para a criação de processos ou produtos que atendam a demandas pela resolução de problemas identificados na sociedade.
3 – Mediação e Intervenção Sociocultural
Mobilização de conhecimentos que correspondem à área de mediação de conflitos, promovendo o entendimento e a implementação de soluções relacionadas a questões e problemáticas previamente identificadas pela comunidade.
4- Empreendedorismo
Corresponde às áreas que contribuem para a formação de indivíduos que buscam uma atuação em organizações com variadas missões voltadas ao desenvolvimento de produtos ou prestação de serviços inovadores com o uso das tecnologias.
Como os quatro eixos estruturantes podem se complementar, é recomendado que os itinerários formativos incorporem e integrem todos eles, a fim de garantir que os estudantes experimentem diferentes situações de aprendizagem e desenvolvam um conjunto diversificado de conhecimentos relevantes para sua formação integral.
Os itinerários formativos podem ser estruturados das seguintes formas:
- Combinação de uma ou mais áreas de conhecimento;
- Combinação de uma ou mais áreas de conhecimento com uma Formação Técnica e Profissional;
- Apenas a Formação Técnica e Profissional.
Diante disso, o principal desafio da escola está em mobilizar uma organização curricular que contemple as unidades curriculares, de modo a atender o perfil de saída esperado para os seus estudantes e cumprindo com todas as exigências do Novo Ensino Médio.
Como pudemos perceber até aqui, não existe uma única forma de organizar o currículo do Novo Ensino Médio. A nova diretriz possibilita inúmeras combinações e possibilidades de organização da matriz curricular. É papel de cada escola encontrar o formato mais adequado para satisfazer os estudantes e promover experiências que colaborem para o enriquecimento do aprendizado e o desenvolvimento de habilidades que sejam relevantes para a sua vida pessoal, acadêmica e profissional.
3 Passos que ajudam a fazer um itinerário formativo.
Por ser um tema bastante amplo, separamos aqui um breve roteiro de como a sua escola pode viabilizar um itinerário formativo.
1- Escolha entre formação técnica ou preparação para o Ensino Superior.
A primeira coisa a se fazer quando estiver elaborando o itinerário formativo é definir o tipo de formação almejado para os alunos. Qual é a formação que a sua escola pretende oferecer? Assim, a instituição deverá escolher qual é a sua prioridade de ensino e definir se ao final de três anos de Ensino Médio, formará um profissional de nível técnico ou um estudante preparado para encarar o desafio dos principais vestibulares do país.
2- Defina a área do conhecimento que será aprofundada no itinerário.
A partir da tomada de decisão, é importante entender quais são os conhecimentos necessários para cada uma das formações escolhidas. Em uma formação técnica em eletrônica, por exemplo, é fundamental que o estudante tenha um amplo embasamento em conhecimentos da área de Matemática.
Mas, se a intenção é a preparação para o Ensino Superior e grandes vestibulares, é essencial que o aluno tenha acesso a uma formação mais ampla, contemplando conhecimentos de todas as quatro áreas do conhecimento.
3- Relacione o eixo estruturante que servirá de referência para o itinerário formativo
A preparação para o ensino superior exige uma base conceitual claramente ligada ao eixo de investigação científica. Já uma formação profissionalizante precisa considerar as especificidades de cada técnico no seu trabalho.
Como o Sistema Etapa organizou os itinerários formativos?
O Sistema Etapa oferece uma estrutura focada na preparação para o Enem e grandes vestibulares. Por esse motivo, apresenta itinerários acadêmicos que integram as quatro áreas do conhecimento, construídos em torno do eixo estruturante de Investigação Científica. O curso é enriquecido a partir de itinerários complementares eletivos que cada escola pode montar de acordo com o interesse de seus alunos, aprofundando o conhecimento em áreas específicas e enriquecendo o currículo com habilidades dos eixos estruturantes de Empreendedorismo, Processos Criativos e Mediação e Intervenção Sociocultural. Os itinerários são complementados pela disciplina de Projeto de Vida, que desenvolve o autoconhecimento e orientação profissional para escolha da carreira profissional. As unidades curriculares são abordadas com equilíbrio, ao mesmo tempo que oferecem toda a preparação necessária para acesso às melhores universidades. Todas disciplinas contam com apostilas impressas e apostilas digitais, além de ferramentas online que desenvolvem a autonomia e valorizam o protagonismo dos estudantes.
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Referências:
http://portal.mec.gov.br/docman/novembro-2018-pdf/102481-rceb003-18/file